PM mata estudante de medicina com tiro à queima-roupa
Um estudante de medicina foi morto com um tiro à
queima-roupa, nesta quarta-feira (20/11), durante uma abordagem policial, na
escadaria de um hotel na Rua Cubatão, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo. A
ação foi registrada por uma câmera de segurança, por volta das 2h50.
Os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado
estavam em patrulhamento pelo bairro quando Marco Aurélio Cardenas Acosta, de
22 anos, teria dado um tapa no retrovisor da viatura e fugido. Ele cursava
medicina na Universidade Anhembi Morumbi.
Segundo o boletim de ocorrência, o jovem correu para o
interior do Hotel Flor da Vila Mariana, onde estava hospedado com uma mulher.
Os policiais relataram que ele estava bastante alterado e agressivo.
Nas imagens, é possível ver que o jovem entrou no saguão
do hotel sem camisa e foi perseguido pelos policiais.
Um dos agentes tentou puxar Marco Aurélio pelo braço,
enquanto o outro o chutou. Durante a confusão, o PM Guilherme atirou na altura
do peito do estudante. No boletim de ocorrência, os policiais alegaram que o
jovem teria tentado pegar a arma de Bruno.
Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Ipiranga,
onde teve duas paradas cardiorrespiratórias e passou por uma cirurgia. Contudo,
ele não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 6h40.
Claudio Silva, ouvidor das Polícias de São Paulo, afirmou
que a ação é "mais um reflexo da lógica que está instalada no estado de
São Paulo, de polícia que mata. Polícia que não respeita a vida”.
Segundo ele, é possível ver, pelas imagens da câmera de
segurança, que “os policiais estão numericamente superiores à pessoa abordada,
e o abordado, sem camisa, então, desarmado. E os policiais não fazem o uso
progressivo da força, como está determinado por normas internas da própria
Polícia Militar, então o uso excessivo da força foi feito. Isso culminou com a
morte daquele jovem abordado".
O caso foi registrado no Departamento Estadual de
Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) como morte decorrente de intervenção
policial e resistência.
Durante a abordagem, os policiais estavam com as câmeras
corporais acopladas ao uniforme, porém o equipamento não foi acionado, de
acordo com o BO.
Questionada sobre a conduta dos policiais, a Secretaria
de Segurança Pública (SSP) não retornou até a última atualização desta
reportagem. Também o hotel preferiu não comentar o caso.
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